Venda de imóveis de um quarto dobrou de 2012 para 2013 em SP

segunda-feira, 17 de março de 2014

Os imóveis de um dormitório ganharam tanta popularidade na cidade de São Paulo que sua participação na venda de imóveis novos saltou de 15,6% em 2012 para 25,2% em 2013.
Foram eles que puxaram a elevação de 23,6% na venda de imóveis residenciais novos na capital em 2013. No ano passado, foram vendidas 33.319 unidades, contra 26.958 unidades em 2012.
As informações são do Balanço do Mercado Imobiliário 2013 do Secovi-SP, divulgado nesta terça-feira (11).
O segmento de um dormitório foi o grande destaque do ano, com 8.931 unidades vendidas, um crescimento de 99,7% em relação ao ano anterior, quando foram comercializadas 4.202 unidades.
Segundo Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, foi principalmente esse aumento de participação dos apartamentos de um quarto que puxou para cima o preço médio do metro quadrado na cidade de São Paulo, que passou de 7.200 reais em 2012 para 8.700 reais em 2013.
"Os imóveis compactos são mais caros que os demais e acabam puxando o aumento dos preços", diz Petrucci, que explica que é mais caro construir prédios de unidades de um quarto, além de normalmente esse tipo de imóvel se concentrar em regiões mais valorizadas da cidade.
Em volume financeiro, as vendas de imóveis novos na capital somaram 19,1 bilhões de reais em 2013, crescimento de 30,2% na comparação com 2012, quando o volume de vendas atingiu 14,7 bilhões de reais.
A quantidade de unidades remanescentes em 2013, que totalizou 19,7 mil, foi praticamente a mesma de 2012.
Contrariando os anos anteriores, em 2013 o primeiro semestre concentrou o maior volume de vendas, sendo responsável por 52,2% do total de unidades comercializadas (6,9 mil unidades). Normalmente, o primeiro semestre tem menor volume de vendas, de cerca de 45,5%.
Mercado deve se estabilizar em 2014
Apesar do crescimento em 2013, Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP, espera uma maior estabilização o mercado em 2014. "Não achamos que o mercado tenha muito espaço pra crescer, e se crescer vai crescer pouco", afirma.
Para ele, os preços dos imóveis novos devem ficar estáveis em 2014, em termos reais (descontada a inflação), a não ser que haja distorções, tal como o aumento de participação dos imóveis de um quarto em 2013, que acabou elevando o preço médio do metro quadrado.
Segundo Bernardes, eventos como Copa do Mundo e eleições desviam a atenção dos compradores da aquisição de imóveis. E as eleições, mais especificamente, ainda têm o agravante de deixar os compradores mais inseguros em relação ao rumo da economia.
Para o presidente do Secovi, diante desses desvios de foco, o baixo nível de desemprego é o que deve segurar a estabilidade do mercado imobiliário em 2014.