Mudanças na correção do FGTS poderá alterar contratos da casa própria

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Mudança na correção da TR por um índice de inflação prejudicaria quem tem imóvel financiado.

 

  Um dos argumentos do Banco Central contra a mudança na correção do FGTS é que os contratos de financiamento imobiliário também mudariam. Hoje, a TR é usada nos financiamentos.

O economista José Dutra Vieira Sobrinho concorda com os argumentos. Segundo ele, a mudança da correção da TR por um índice de inflação prejudicaria quem tem imóvel financiado.

Os cálculos do economista mostram que uma prestação de R$ 1.000, corrigida pela TR chegaria, a R$ 1.126,69 daqui a dez anos. Se for utilizado o IPCA como índice de correção, a mesma prestação chegaria  R$ 1.774 no mesmo período. Para contratos de 20 anos, o valor seria de R$ 1.269,43 com a TR e de R$ 3.147 usando o IPCA.(CG)

Por outro lado, com a mudança, os trabalhadores poderão turbinar seu FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) caso o STF (Supremo Tribunal Federal) defina um novo índice de correção para ser aplicada no fundo.

Hoje, a grana parada na conta rende 3% ao ano mais a TR (Taxa Referencial), que tem perdido para a inflação. Em 2013, por exemplo, o fundo rendeu 3,2%, enquanto o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 5,91% no período.

O caso foi levado ao Supremo pelo partido Solidariedade, que pede correção maior para o fundo, utilizando um índice de inflação, em vez da TR. Assim, a grana depositada pelos patrões renderia 3% ao ano mais a inflação. O ministro relator,  Luís Barroso, quer rapidez no julgamento.

Cálculos feitos a pedido do Agora pelo economista José Dutra Vieira Sobrinho utilizando a previsão de inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mostram que quem tem R$ 10 mil parados no fundo em abril deste ano conseguiria um saldo total de R$ 10.907,70, em abril de 2015, se o IPCA fosse usado. O valor representa R$ 484,10 a mais na comparação com a regra atual, que daria R$ 10.423,60.

Para o economista, a mudança na correção geraria desequilíbrio do sistema financeiro. Em sua opinião, os trabalhadores, deveriam tentar um aumento dos juros pagos atualmente. ’Em vez dos 3% atuais, npoderiam ser 5%’, afirma.

Matéria: Jornal de Piracicaba