Criadas na cidade há 90 anos, feiras funcionam em Piracicaba
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Elas foram criadas há 100 anos no Estado de São Paulo e, no ano passado, completaram 90 anos em Piracicaba. As Feiras Livres, oriundas dos colonizadores portugueses, tiveram um declínio com o crescimento dos varejões e supermercados, mas conseguiram permanecer firmes com sua estrutura, suas frutas e verduras frescas e a proximidade do cliente com o feirante.
A própria palavra latina “feria” deu origem à portuguesa “feira”, que significa dia santo, feriado. Por isso que em muitas localidades, as feiras livres aconteciam aos domingos. Durante o período de guerra, uma trégua era garantida para que os vendedores pudessem trabalhar. Nas festas de igreja sempre havia feiras. Nelas era comum a presença de saltimbancos que faziam malabarismos para divertir o povo.
As pessoas com as brincadeiras não são mais vistas nos dias de hoje. Mas existem ainda seis feiras livres em Piracicaba que podem ser encontradas, de terça a domingo, em ruas tradicionais como a João Ramalho (feira do Matão, aos domingos), rua Santa Cruz (no Largo da Santa Cruz, às terças-feiras), rua do Vergueiro (quartasfeiras), rua Padre Lopes (Vila Boyes, às quintas-feiras), rua Riachuelo (sextas-feiras) e rua Silva Jardim (sábados), das 5h às 12h. Elas foram instituídas e regulamentadas na cidade em 5 de dezembro de 1923, pela Lei Municipal 175 e na década de 1980 chegaram a 19 feiras livres.
O motivo da redução se deve, segundo o diretor do Departamento de Abastecimento da Sema (Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento) Francisco Ernesto Guastalli, a fatores como o aumento de supermercados, casa de frutas, estabelecimentos que comercializam hortifrútis, principalmente os varejões municipais. “Outros fatores como o aumento no volume de tráfego de veículos nas principais vias da cidade, mudança de hábito e até mesmo ritmo de vida da população é levado em consideração”, disse. “Esta alteração no número de feiras livres em nosso município vem ocorrendo desde 1992 e tem sido gradual, à medida que vão sendo abertos novos varejões e que os permissionários das feiras se aposentam”, disse.
FEIRANTES — Ao todo estão inscritos como permissionários 29 feirantes. Entre eles estão os irmãos conhecidos Chulica e Mexicano. Há 50 anos na feira, Luiz Galvão de Almeida Leite e Ademir Galvão de Almeida Leite acordam na madrugada de terça-feira, às 2h30, e no restante dos dias às 3h, para organizar a barraca e conseguir as frutas e verduras mais frescas. Pensar em parar de trabalhar está fora dos planos deles. “A feira é nossa vida. Quando não venho, tenho até depressão”, disse Chulica.
Por: Imobiliária Junqueira
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